Autor(a): Maurício Abdalla[1]
Assunto: Filosofia
Edição: 2ª
Número de Páginas: 152
Editora Paulus
Sinopse: A
compreensão de filosofia adotada por Maurício Abdalla é de que ela é uma forma
de saber que tem como objeto todo e qualquer fenômeno que se apresente como
problema, o qual surge como um desafio à racionalidade dominante. Por isso, o
puro pensar sobre os conceitos já pensados, sem referência à relação dos
conceitos com problemas existentes, se pode ser considerada atividade
filosófica, não é a que constrói a história da filosofia. Observando o
presente, Maurício Abdalla percebe um mundo em crise, que apresentam fenômenos
que desafiam o pensamento filosófico e exigem dele atenção especial. O autor
procura, então, apresentar os sintomas desta crise na natureza e nas relações
humanas de produção e sociabilidade. Esta crise tem sua origem na racionalidade
burguesa cujo princípio determinante das relações entre os seres humanos e
entre estes e a natureza é a troca. Contudo, o tipo de troca que funciona como
eixo desta racionalidade não é uma troca solidária e complementária – como pode
fazer parecer o discurso liberal e a interpretação ingênua do capitalismo –,
mas a troca interesseira e individualista, cujo fim não é a satisfação dos dois
pólos envolvidos nela, mas a obtenção de vantagens para um dos lados. E, como o
objetivo deste trabalho não é estarrecer o leitor ou propagar o pessimismo, o
autor intenta fincar alguns pilares de uma nova racionalidade que possa superar
as crises atuais. Esta proposição é a que dá o título ao livro e está fundada
no princípio da cooperação.
N
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a primeira parte do livro, Abdalla nos apresenta um panorama da
sociedade burguesa no final do século XX e início do século XXI. Sua análise é
dividida em duas frentes: a crise
da natureza e a crise das relações humanas de
produção e sociabilidade, tendo como objetivo fazer da filosofia uma
ciência não somente de interpretação dos fenômenos sociais, mas também de
transformação, levando a sociedade a pensar criticamente e assim, livrar a
humanidade e a Terra da destruição total, a partir do princípio da cooperação,
não como meio, e sim como fim para superação das crises.
Com uma linguagem acessível aos não estudiosos da área, o autor em
poucas páginas iniciais aborda com muitos dados referenciados a crise da natureza, afirmando
enfaticamente que os problemas relacionados ao aquecimento global, poluição de
mares, rios, destruição de florestas e toda questão ambiental está “[...]
relacionado diretamente ao avanço industrial e à dinâmica da sociedade
capitalista moderna” (ABDALLA, 2004, p. 28).
Os dados alarmantes sobre o aquecimento global, que vem sendo
divulgados há anos por cientistas renomados mundialmente, pela ONU e outras
organizações, entretanto, não significaram pressão aos Estados nacionais mais
ricos, como os Estados Unidos, por exemplo, nem aos Estados com economia
emergente, ou em desenvolvimento, para efetivarem mudanças em seus processos
produtivos e culturais.