Sinopse: Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma "treva branca" que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas.
O Ensaio Sobre a Cegueira é a fantasia de um autor que nos faz lembrar "a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam". José Saramago nos dá, aqui, uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio, impondo-se à companhia dos maiores visionários modernos, como Franz Kafka e Elias Canetti.
Cada leitor viverá uma experiência imaginativa única. Num ponto onde se cruzam literatura e sabedoria, José Saramago nos obriga a parar, fechar os olhos e ver.
Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu: "uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos".
O
|
primeiro Saramago a gente
nunca mais se esquece! Sim, acredito que este belo romance escrito pelo
português José Saramago (1922-2010) seja a obra mais conhecida mundialmente.
Autor de diversos e, por vezes, polêmicos romances, Saramago nos propõe em
Ensaio Sobre a Cegueira uma experiência em um mundo onde todos padecem de uma
epidemia de cegueira branca, exceto, a mulher do
médico oftalmologista, que examinou o primeiro homem a mergulhar na mais
obscura branquidão.
O que mais me impressionou foi o modelo narrativo de Saramago.
Difícil de acompanhar no começo, cansativo e único. Outro detalhe: suas
personagens não têm nome. E assim nos é ensinado que não precisamos conhecer
alguém pelo nome que tens, e sim por quem verdadeiramente és.