sexta-feira, 15 de março de 2013

Ensaio Sobre a Cegueira, José Saramago

Sinopse: Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma "treva branca" que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas. 

Ensaio Sobre a Cegueira é a fantasia de um autor que nos faz lembrar "a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam". José Saramago nos dá, aqui, uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio, impondo-se à companhia dos maiores visionários modernos, como Franz Kafka e Elias Canetti. 

Cada leitor viverá uma experiência imaginativa única. Num ponto onde se cruzam literatura e sabedoria, José Saramago nos obriga a parar, fechar os olhos e ver. 

Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu: "uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos". 



O

 primeiro Saramago a gente nunca mais se esquece! Sim, acredito que este belo romance escrito pelo português José Saramago (1922-2010) seja a obra mais conhecida mundialmente. Autor de diversos e, por vezes, polêmicos romances, Saramago nos propõe em Ensaio Sobre a Cegueira uma experiência em um mundo onde todos padecem de uma  epidemia de cegueira branca, exceto, a mulher do médico oftalmologista, que examinou o primeiro homem a mergulhar na mais obscura branquidão. 

O que mais me impressionou foi o modelo narrativo de Saramago. Difícil de acompanhar no começo, cansativo e único. Outro detalhe: suas personagens não têm nome. E assim nos é ensinado que não precisamos conhecer alguém pelo nome que tens, e sim por quem verdadeiramente és.