terça-feira, 29 de outubro de 2013

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Almanaque do Samba: a história do samba, o que ouvir, o que ler, onde curtir, André Diniz


Sinopse: Histórias, curiosidades, pequenas biografias de diversos
bambas do samba e muitas ilustrações dão o tom cadenciado ao "Almanaque do Samba", do historiador e amante do ritmo André Diniz. Seguindo o sucesso do Almanaque do choro, o autor faz um rico passeio pela história do samba - das raízes mestiças, passando pela bossa nova e pelas canções dos festivais, até suas incursões pelo rock e pela música eletrônica.
Oincrível livro de André Diniz é uma máquina do tempo que nos leva aos idos do século XX e nos transporta década por década para contar os pontos centrais da história do grande patrimônio cultural brasileiro: o samba.

Muita gente hoje em dia, mergulhados de corpo e alma na cultura europeia e norte-americana, podem virar o nariz quando o assunto for samba e carnaval. Muitos associam samba ao pagode paulista tocado nas emissoras de rádio ou nos canais de televisão, e o carnaval ao carnaval baiano, dos trios elétricos e abadás, e às escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo. Talvez isso não seja somente por juízo de valor e gosto pessoal por esse ou aquele ritmo e gênero musical, mas também pela potencialização que a grande mídia dá aos dois fenômenos em sua linha editorial e grade de programação.

Felizmente, ao contrário dos que torcem o nariz, eu sou uma amante do samba e suas variações e do carnaval carioca. Mesmo que eu não frequente as rodas, pagodes e quadras com tanta frequência, não posso deixar de me deliciar e emocionar com as notas e letras de uma canção, por exemplo, na voz da grande Beth Carvalho ou do inesquecível Cartola. Sem falar das letras satirizadas com acontecimentos da vida e do cotidiano na voz de Bezerra da Silva em “Malandro é Malandro, Mané é Mané” (E malandro é malandro/ mané é mané/ podes crer que é) e tantas outras. Diversão na certa! Enfim, vamos ao primoroso almanaque de Diniz.

domingo, 13 de outubro de 2013

Levantado do Chão, José Saramago

Sinopse: O livro é a narrativa da vida de uma família de trabalhadores rurais (os Mau-Tempo) da região do Alentejo, no sul de Portugal. Trata-se de uma denúncia da exploração, do desemprego e da miséria e, ao mesmo tempo, da tomada de consciência política por parte do trabalhador rural - o aprendizado da luta pelo direito ao trabalho, pelas oito horas de jornada e pela posse útil da terra.

L


evantado do Chão (366 páginas), de José Saramago, trouxe mais uma vez um romance recheado de críticas ao perverso sistema capitalista, contando a saga da família Mau-Tempo entre o final do século XIX e XX.

Entre os Mau-Tempo e sua história de vida, está o latifúndio, a terra concentrada em poucas mãos, denominada propriedade privada, e tão finita quanto homens e mulheres o são, que ganha valor por não poder ser produzida pela força de trabalho.

No início temos Domingos Mau-Tempo e sua esposa Sara da Conceição migrando de lugar em lugar, pois nada é seu e tudo é do patrão. Desse casamento nasceu João Mau-Tempo, que do pai herdou apenas os olhos azuis. Domingos era um bêbado e cometia violência doméstica contra a esposa. Não durou muito nem o suficiente. Para João, a luta iniciou logo quando perdeu o pai. Ele, sua mãe e mais dois irmãos continuaram a sina de sua existência: servir ao latifúndio como se serve a Deus, dia após dia, todos os dias de minha vida. Amém.

O latifúndio não espera, não compreende, não se rende e não ajuda a viver mais e melhor. Assim aprendeu João mais tarde, já casado e com filhos, que a serventia sempre fiel ao chão, à enxada e à foice não lhe traria nada mais do que o pouco que sempre tivera. Conheceu nessa jornada alguns camaradas com ideias diferentes, ideias subversivas. Poucos deles sabiam sobre ler, escrever e contar, sequer fazer uma análise crítica a respeito da inserção do capitalismo no campo, mas ao mesmo tempo sabiam o quão injusto era trabalhar de sol a sol e ganhar um salário de misérias. De misérias já tinham passado eles e seus ancestrais.